domingo, 30 de janeiro de 2011

Testado e aprovado – Meu arroz de Paris

É claro que eu sinto falta do croissant e da baguette, mas cá entre nós, eu tenho saudades meeeesmo de 2 restaurantes muito especiais em Paris: asiáticos, que servem pratos de arroz divinos!
1/ "o" restaurante coreano: Hang A-Ri, 7 rue de Louvois. Tudo é delicioso, mas se você gosta de entender o que está comendo, esqueça: qualquer prato que você peça vem acompanhado de um monte de potinhos com coisas super diferentes, gostosas e desconhecidas! Os pratos mais pedidos são o churrasquinho coreano (uns pedacinhos de carne – se você quer picanha, esqueça também - que você mesmo assa em uma placa quente que vem na mesa) e o bibimbap:
Significa comida misturada: é uma tigela de pedra bem quente com arroz, muitos legumes, ovo e carne crua (pode ser vegetariano também); quando chegar, você tem que mexer loucamente para que tudo fique cozidinho!
PS: Como a vida não é só comer, não perca de ir ali perto à antiga sede da Bibliothèque Nationale – site Richelieu. Meu professor de Filosofia do Urbano (ah, isso existe!) dizia que o novo edifício da biblioteca nacional francesa não merece o conteúdo que tem. Como todo bom francês, um tanto quanto crítico ao que é novo, mas neste caso (e em outros também), eu acho que ele tem razão: uma biblioteca em que as salas de leitura ficam no subsolo e os livros em 4 torres altas de vidro – lembrando 4 livros – que tiveram que ser revestidas por dentro por causa da claridade que destruía os livros! Algo de errado, não? Por isso, vá ver a antiga sede.
PS2: Bom, a vida é mesmo comer, então se você quer uma cuisine française produto exportação, ali perto também tem o Le Grand Colbert (2 Rue Vivienne). Veja bem, eu disse produto exportação - porque foi cenário do filme de Hollywood "Something's Gotta Give" com o Jack Nicholson, já meio antigo - mas não é necessariamente maravilhoso. É bom, mas também é caro.
2/ mais um arroz que dá saudades: Donburi no Zen – 8, rue de l'Echelle. O Zen é um restaurante bonitinho e muito bem localizado, do lado do Louvre.
Ali é o tipo do lugar que você pode cair em uma enrascada: sair morrendo de fome do Louvre, depois de horas de muito conteúdo junto e ao mesmo tempo, e parar no primeiro restaurante que aparecer. Pode escrever, vai ser ruim, e caro. Então o Zen é mais do que bom, é ótimo! Falando da comida, eu até sonho com o Donburi de lá, muito bom!
Mas o que é esse tal de Donburi? É também uma tigela de arroz, com legumes e carne/frango/porco por cima (não achei nenhuma foto boa). Tem uns tipos em que a carne escolhida é empanada com ovo, uma gororoba deliciosa. Mas o especial mesmo é o molhinho que rega tudo isso e o cuidado do preparo... Já comi donburi em outros lugares por ali (a Rue Saint Anne, perto da Opéra Garnier, é cheeeia de restaurantes japoneses/chineses) e não gostei tanto. Há muito tempo penso em fazer em casa, mas acabo não fazendo, porque sei que não vai ficar igual L Então fico só na saudade...

sábado, 29 de janeiro de 2011

Testado e aprovado

Minhas coisas preferidas estão todas anotadas em alguma caderneta. Com minhas organizações de começo de ano, andei dando uma olhada na caderneta amarela, que tem anotações de viagem... Resolvi que seria interessante compartilhar com mais gente as dicas dos lugares por onde andei, e então pensei logo neste blog, algo no estilo "testado e aprovado".
Depois esqueci.
Ontem à noite, lendo "A arte de viajar" do Alain de Bottom – recomendo! É aquele autor que acabou de lançar um livro sobre a semana (s?) que ele passou no aeroporto – voltei a pensar nisso...
Ele fala da diferença entre fazer uma viagem de exploração, de descoberta (daquelas de antigamente) em que a curiosidade é "guiada por uma consciência do interesse do outro – e sustentada por ela nos inevitáveis momentos em que o cansaço ameaça tomar conta"; e do simples turismo, em que as descobertas devem ser "enriquecedoras", justificadas por um benefício pessoal e não pelo interesse do outro.
No caso das verdadeiras descobertas, não havia guias de viagem para dizer o que era interessante, o que era imperdível (quatro estrelas!), etc... Era possível então tirar suas próprias conclusões, se interessar sem complexo pelo que desse vontade, e definir suas próprias hierarquias do que era essencial em cada lugar.
Pois bem, o que costumo anotar nas minhas cadernetas provavelmente não está nos guias (pelo menos não nos meus!); são as atrações "4 estrelas" sob o meu ponto de vista: foram experiências enriquecedoras para mim, e talvez não sejam para mais ninguém... Afinal de contas, às vezes achamos tudo lindo e divertido, ou então feio e chato – já pensaram como seria bom, em alguns casos, sair de férias e deixar nós mesmos em casa? Ah, os humores...
Mas se minhas dicas servirem também para outras pessoas, posso me achar uma verdadeira descobridora!

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Ça me manque

Ai, agora me deu saudades.
Enquanto estamos aqui dando dois passos para frente e um para trás; se esforçando ao máximo, mas muitas vezes tendo que secar gelo; pedindo por favooooor por um dado aqui, outro ali... Do lado de lá do oceano, olha só o que andam fazendo:
1/ política Open Data da Prefeitura de Paris: acabaram de criar este site, que disponibiliza os dados brutos da administração! Ou seja, em vez de termos acesso apenas ao documento oficial, com os dados principais sobre tal tema, agora é possível, por exemplo, baixar a tabela Excel e fazer os cruzamentos de dados que der vontade!
2/ projeto de requalificação das margens do Rio Sena: com um site especial que incentiva a participação pública, a proposta inclui, entre outras coisas, a diminuição do intenso tráfego de veículos que hoje ocupa este espaço.
Parece estranho que, em Paris, ainda hoje, tenha uma estrada que passa do ladinho do Sena, cortando a cidade, não é? Mas, enquanto nós estamos aqui canalizando rios para aumentar o espaço dos automóveis – e depois sofrendo com enchentes – eles lá estão, há algum tempo, se acostumando com a idéia de que o carro terá cada vez menos espaço: nas margens do Sena, todo ano, a estrada é fechada para que a praia dos parisienses seja instalada no verão. E olha como faz sucesso! 

Então agora fica bem mais fácil propor algo permanente...

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Em manutenção

Este começo de ano está sendo, para mim, um momento de retrospectiva e de perspectiva.
Retrospectiva: selecionando e organizando; eliminando o que não preciso e guardando o que é importante... Não só coisas, mas também pensamentos e experiências!
Perspectiva: refletindo em "algo grande" sobre o qual quero depositar meus esforços neste ano que começou... Na realidade, "algo grande" seria um norte, uma direção de caminho a ser traçado; pode ser um estudo, um trabalho, uma viagem ou várias viagens (claro que não pode faltar!)...
Enfim, tudo isso para justificar minha ausência deste blog.
...
Se você também está em um momento parecido com o meu, recomendo 3 leituras:
1/ um dos meus livros preferidos da inglesa Doris Lessing, Nobel 2007: The Golden Notebook (não achei tradução para o português!). Muitos acreditam que o livro gira em torno do feminismo, mas a própria autora contesta esta idéia. Para ela, o romance tem dois temas principais: de um lado, o caos, o informe, o desequilíbrio; e de outro, a unidade... Complexo, genioso, mas maravilhoso!
2/ as melhores resoluções de ano novo que lemos (aqui em casa), vem de um blog de aventureiro: "mochila a meio pau, dedo na tomada, e mente em estado de caça". Garanto que vale para os não-aventureiros, como eu.
3/ mais leve, no blog da Garance Doré, quase chorei de dar risada (serviu a carapuça):
"C’est donc fraîche, dispose et en pyjama de soie que j’ai jeté un oeil distrait, ce matin, à mes résolutions pour l’année 2010.
Wow.
Une telle constance dans la non-réalisation de ses objectifs, dis donc, c’est admirable."
("Foi então fresca, disposta e com um pijama de seda que dei uma olhada distraída, esta manhã, nas minhas resoluções para o ano de 2010.
Uau.
Tamanha constância na não-realização de seus objetivos, diz aí, é admirável.")
Muito bom, não é?
OBS: A figura acima é da ilustradora coreana, radicada em New York, Dan-Ah Kim. Tudo que ela faz é lindo!

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Miragem


Já faz algum tempo que não vou à Cidade Maravilhosa... Saudades...
Mas graças à parceria Osklen & Riachuelo posso ter um pouquinho do Rio quando olho pela janela da minha casa...
Os slides são as etiquetas das roupas! Não é um capricho? E sabe que a coleção também era toda caprichada? Era porque quem correu, aproveitou, e quem esperou um pouco... Perdeu, porque já acabou. A qualidade dos tecidos e o desenho das roupas eram tão bons que quando resolvi voltar, e comprar mais uns presentinhos, já não tinha mais nada!

Depois do fim

Eu acho que eu prefiro o que vem depois do fim do ano. Depois que comemos demais, falamos demais, dormimos demais, viajamos demais, cansamos demais, ou descansamos demais... É hora de pensar o que realmente vale a pena fazer mais.
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